sexta-feira, 23 de maio de 2008

Renascer

Dia 20, começou tudo assim, pegou fogo o prédio ao lado quando nasci. Sempre gostei de fogo. Já me quemei, já quemei outras coisas e talvez outras pessoas.
Depois não me lembro bem das coisas que aconteceram, sei que fui morar em Barretos, não me lembro da mudança, mas me lembro como era minha casa e os poucos dos episodios de criança que lembro se passaram lá.
A vez que estava dormindo dentro do banheiro, tomando banho, e mais que derepente um sapo entrou pela janela! Também me lembro dos tapetes de bisouro que minha mãe tirava do quintal há rodo. Me lembro de quando me esqueceram na escola, e tive que pular o portão. E de quando minha irmã jogou o criado mundo no meu pé e ai fiquei sem a unha do dedão. Do ninho de marimbondo que tinha no quintal. E do assasinato do meu coelho, ele não merecia ser comido pelo gato, é foi culpa minha, não deveria ter deixado ele lá fora.
Lembro que o pão chegava na porta de casa de manhã.
Lembro que era bom andar de bicicleta.
Depois maior, me lembro das brincadeiras com as minhas melhores amigas até os dias de hoje, pique bandeira era minha favorita. Policia e ladrão valendo a garagem, a rua particular e as escadas, lógico até um certo andar, esconde esconde também era o máximo. A guerras d'agua, nossa como eu adorava. Mais crescida não tenho muitas coisas boas para recordar, coisas que nem gosto de dizer.
E agora tenho 21 anos, é nem sei o que é ter 21 anos, mas sei das minhas responsabilidades, dos meus afazeres, de que agora sou aldulta, não sei bem o que isso quer dizer. Mas sei que ser adulta é bem dificil, porque você tem consciência do que faz, tem total responsabilidade sobre o que fala e pensa, sobre o que você realmente é, mas isso não é um número, mais sim um processo. Que leva tempo e que aconteceu comigo agora com os meus 21 anos.

Vida Longa Vida

Quero sumir, me esconder em um lugar que só eu saberei, onde nenhuma outra pessoa pode entrar nem estar do meu lado, apenas sobrepondo.Mas de sobrepor ficou tão apertado, tão pesado, não estou conseguindo carregar, doi demais, é pesado demais. Quero gritar! quero ser livre desse peso, não consigo. Será que vou conseguir algum dia? Doi tanto, doi mais ainda, por tenho que arrancar, arrancar à unha, com sangue, choro e muita dor. Não quero arrancar apenas queria curar, com alguns rémedios, mas a doença que sobreponha, não quer ser curada quer atacar, quer me fazer sofrer, não importa, o meu bem estar para ela, se algum dia importou. Apenas a vida continua. E a doença quer vivier a vida dela, Quer sobreviver, como for possível, quer apenas viver sem se lembrar de que algum dia infectou alguém, que disse coisas que agora não existe mais, porque não era verdade, simples assim, quando é verdade não dá pra enganar os antibioticos. Mas ela conseguiu enganar.E agora tá dificil de curar, não há rémedio, todos eles foram enganados pela infecção.
Mas a vida é longa terei outras doenças sobre essa, assim mesmo uma sobre a outra, uma dentro da outra e todas dentro de mim há conviver e há enganar. Mas sempre bem verdadeiras, porque são sentidas com toda a intensidade de uma febre de 40 graus. E quando resolvem ir para outro hospedeiro a febre se torna ainda maior, tipo uns 70 graus. Será possível sobreviver? Será possível viver assim? Tudo é mentira.
A intensidade do ser estar, é tão real, é tão verdade quanto intensidade do mau estar. Do alge da febre de 70 graus.
Sempre doente essa é a vida? Sempre infeliz, sempre sem vontade. Oh vida longa vida.
Que sofre e faz sofrer.