sábado, 10 de março de 2012

Pronto, comecei. O que tá escrito fica escrito. E vira verdade, fica indefinível, indeferível. Não tem mais como mudar, assim com o as palavras jogadas no ar, vôo e nunca mais voltam, vagam longe em um horizonte sem fronteiras, se dissipam pela atmosfera. O que está dito, está dito. O que está decidido, está.
Há mudanças de fato, sempre há, porém a planta que não é cultivada morre, assim como tudo vira passado em apenas um milésimo de segundo. O que escrevo agora, já é passado a cada letra digitada, e por mais que eu volte para corrigir algum erro, não tem mais volta, já ficou assim jogado no ar, como as palavras soltas ao vento. Já está no mundo das Ideias, pairam sobre nos, prontas para serem captadas. Já virou eternidade. Ah, minha decisão tão serena e absoluta, como todas as decisões que todos nos tomamos. Verdadeiras verdades...eternas quando são assim escritas, organizadas e sistematizadas no papel, que alguém insiste em fazer para sacramentação do seu ato decisório.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Queria que soubesse.

Por isso escrevi.

Uma lembrança, mistura de um afeto e uma juventude que gostaria de recordar. Tempo de pureza e inocência esquecidos, de mente e corpo livres. Coisas da infância parte de mim que gostaria de reeviver.

Materializados em pele, lábios, olhos, com um sorriso tolo, cabelos castanhos e iguais aos de sempre. Um sentimento inexplicável me toma quando percebo sua presença, seu toque e cheiro.Tudo apenas me faz recordar momentos. Me sinto apaixonada e confusa, não sei se minha paixão é por ele, ou por mim.

Ah minhas ideologias, seu sonhos, minhas pequenas conquistas, meu poder, que apenas a juventude dá. Não sabia o que fazia, mas tinha certezas.

Não tinha medo do escuro, trilhava meu próprio caminho, e sabia que poderia conquistar o mundo.

Um tempo bom. Que tento recordar.

Minhas aflições sempre foram assim, sem explicação e incompreensíveis, profundas ao ponto de machucar a alma.

Pequenas conquistas me deixam feliz.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Rodava

Na noite de carnaval, em baixo da luz das estrelas e rodiada do calor de verão, ouvindo músicas românticas, apenas um pensamento permanecia em minha cabeça.
Ao contrario do que imaginava de mim mesma, talvez fosse uma jovem normal.
Mas procurarva outras coisas, diferentes de minha atitudes.
Pensava nos grandes poetas e como eles faziam uso das palavras e expresões para conversar com o seu próprio íntimo. É verdade que não tinha o mesmo talento, mas talvez as mesmas angústias humanas.
Essas coisas de ser gente, a tristeza, o amor e a busca, infinita busca pela felicidade plena. Idagações reais e sureais. Além de algumas questões do ser normal, muita ansiedade das novidades que iram invadir a vida, essa nova etapa. Nada com o desconhecido para implementar algunas dúvidas e medos.Nada como o velhos mestres para nos orientar.

Um papel em branco pra não dizer nada, mas para se sentir mas calma.

domingo, 29 de novembro de 2009

São dois pra lá dois pra cá.

"Sentindo o frio em minh'alma.

Te convidei para dançar.

A tua voz me acalmava.

São dois pra lá dois pra cá.

Meu coração traçoeiro.

Batia mais que o bocô.

Tremia mais que as maracas.

Descompassado de amor.

Minha cabeça rodando.

Rodava mais que os casais.

E o teu perfume gardênia.

E não perguntes mais.

A tua mão no pescoso.

As tuas costas macias.

Por quanto tempo rondaram .

As minhas noites vazias.

No dedo um falso brilhante.

Brincos iguais ao colar.

E a ponto de um torturante,

Band-aid no calcanhar.

Eu hoje eu me embriagando,

De whisky com guaraná,

Ouvi a sua voz murmurando.

São dois pra lá dois pra cá"

Eu

Você, canção do que sonhei;

Você, razão do meu viver;

Você, um jeito bom de mar;

Você, uma luz feliz que sai;

Você, meu som, meu azul;

Você, um jeito bom de calma;

Você, ajudou a limpar minha alma;

Você, querida fonte de sol;

Você, um beijo bom de sal;

Você, queria mais e mais;

Você, uma luz do azul sai;

Você, que não me deixa em paz;

Você, que me traz o amor;

Você, que sempre está no meu pensamento;

Você, que sempre traz bons sentimentos;

Você.

Um Até Logo

Apenas uma dança.

Um Tango ou uma Salsa.

Uma Valsa.

Enganos.

Pedras com juras falsas.

Um depois, outro até logo.

Já vou.

Quem sabe um dia eu volto...

Saudades

Quem sabe do Futuro? quem sabe do que se quer saber? Apenas pedaços ficam, dos quais eu nem sei dizer. Passou e ficou sumiu e resurgiu. Na lembrança mesmo indo e vindo está.

domingo, 22 de novembro de 2009

Soneto de Fidelidade

"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."



Vinicius de Moraes

Vômito de palavras

Dizer, o que se pensa, o que se tem na cabeça.

Pensar, o que se pode pensar, o que se consegue assimilar.

Conseguir, o que os sonhos não falam, o que nem mesmo sabemos.

Sonhar, com infinito, o que o destino não releva.

Revelar, o que somos, o que te fazemos.

Fazer, o que se deve, o que não deve ser feito.

Dever, relação de amor e ódio.

Odiar, o tempo passar, as coisas acabarem.

Amar, a mim a você.

Eu, sempre aqui.

Você, sempre longe...

O Guardador de Rebanhos

XLI

"No entardecer dos dias de Verão , ás vezes,
Ainda que não haja brisa nenhuma, parece
Quem passa , um momento , uma leve brisa...
Mas as árvores permanecem imóveis
Em todas as folhas das suas folhas,
E os nosso sentidos tiveram uma ilusão,
Tiveram a ilusão do que lhes agradaria...

Ah, os sentidos, os doentes que vêem e ouvem!
Fôssemos nós como devíamos ser
E não haveria em nós necessidade de ilusão...
Bastar-nos-ia sentir com clareza a vida
E nem repararmos para que há sentidos...

Mas graças a Deus que há imperfeição no Munod
Porque a imperfeição é uma cousa
E haver gente que erra é original,
E haver gente doente torna o Mundo engraçado.
Se não houvesse imperfeição, havia uma cousa a menos,
E deve haver muita cousa
Para termos muito que ver e ouvir..."

7-5-1914
Poemas de Alberto Caeiro - Fernado Pessoa